Entre 1971 e 1979, Uganda, país
Africano, sofreu com o regime ditatorial de Idi Amin Dada. O ditador foi
responsável por um governo cruel, que matou milhares de pessoas. Uganda
conquistou sua independência do Reino Unido em 1962 e passou a adotar um regime
presidencialista, pelo menos no papel. Após um golpe de Estado, Amin assumiu as
rédeas do país. Em meio a corrupção, o presidente fez de tudo para calar os
adversários, encobrir suas falcatruas e driblar a opinião pública.
No filme “O último Rei da
Escócia”, a vida pública e pessoal de Amin é retratada de uma forma muito
criativa. Através da história fictícia do Doutor Nicholas Garrigan (James
McAvoy), as barbáries de Amin (Forest Whitaker) são mostradas detalhadamente em
mais de duas horas de filme.
Recém formado em medicina,
Nicholas tem o desejo de fazer algo grandioso e decide viajar para Uganda, para
trabalhar como médico voluntário em uma comunidade local. Só que ele chega em
uma péssima hora no país Africano: durante o golpe militar. Em meio ao golpe, o
país se transforma em um caos e os hospitais, precários, estão lotados de
pacientes.
O médico começa seu trabalho com
muito empenho e logo conquista a simpatia dos moradores, por ser atencioso e
eficiente. Até que um acontecimento muda o destino da vida do médico. Idi Amin
Dada visita a comunidade e seu discurso encanta Nicholas Garrigan, que
simpatiza com o novo presidente de Uganda.
Ao voltar para a Capital, Amin sofre
um acidente de carro nos arredores da comunidade e Nicholas é incumbido para
tratar os leves ferimentos do ditador. Durante os cuidados do médico, Amin
simpatiza com Nicholas e os dois se tornam amigos. Tempo mais tarde, o
governante o convida para ser seu médico particular. Apesar de surpreso e com
um certo medo, Nicholas aceita e se muda para a Capital.
Com o passar do tempo, os dois
ficam ainda mais próximos. Nicholas se torna, além de médico, o braço direito e
conselheiro de Amin e começa a se envolver com questões políticas. Cada vez
mais infiltrado no governo do ditador, Nicholas começa a ver as atrocidades
cometidas pelo governante e fica indignado, a ponto de largar tudo e querer ir
embora.
Só que Amin o mantém no país,
confiscando seu passaporte e fazendo ameaças ao médico. A partir dai, Nicholas
se vê em um beco sem saída e chega a conclusão que está lidando com um monstro.
Pelo papel do tirano, o ator Forest Whitaker ganhou o Oscar de melhor ator. Justíssimo. Whitaker encarnou o ditador de uma forma tão profunda que determinados momentos do filme parecem que são reais. James McAvoy não ficou muito atrás, mas o Doutor Nicholas Garrigan foi um personagem inventado, diferente de Idi Amin Dada. A responsabilidade em interpretar alguém que de fato existiu e ainda por cima alguém tão cruel e complexo quanto um Ditador é enorme. Mas o filme foi muito bem feito, muitas vezes ao estilo documentário, e o diretor soube aproveitar esses elementos e o talento do protagonista. Esses filmes, que procuram relatar algum momento histórico, são como livros de história e devem ser apreciados, assistidos, indicados, enfim, compartilhados.
Ficha:
Nome original: The Last King of Scotland
Ano: 2006
Diretor: Kevin Macdonald
Gênero: Drama
Atores principais: Forest Whitaker (Amin); James McAvoy (Nicholas).
Idioma: inglês e suaíli
Duração: 2h08
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